Era uma única vez, a Corte Real reuniu todas as princesas para um julgamento. A Alteza Príncipe Encantado foi acusado de mais de sete casos de adultério. Estavam presentes: A Princesa Cinderela, Princesa Bela Adormecida, Princesa Sereia, Princesa Rapunzel, Princesa do Sapo, Princesa Bela da Fera, Princesa Branca de Neve e outras princesas.
A juíza então começou:
- Sr.Príncipe Encantado foi acusado de adultério...
-Senhor não! – protestou o Príncipe – Alteza.
-Okay, “Vossa Alteza”, mas o senhor não tem o direito de falar antes do juramento e interromper o cargo supremo.
-Cargo supremo? Eu sou o Príncipe! Eu que decido tudo, nem deveria estar aqui! Eu declaro esse julgamento encerrado. Vou embora.
-Cavalheiros, impeçam esse homem de sair do tribunal! – gritou o Rei.
Os cavalheiros agarraram os seus braços flácidos e forçou-o a sentar.
-Bom, vejo que o réu não precise se apresentar devido ao início desse julgamento. Que os advogados se apresentem!
Chega o Bobo da Corte no ouvido da Juíza e sussurra:
-Desculpe me intrometer, vossa Clemência, mas os advogados não estão presentes, pois estão resolvendo o Juízo Final entre o Céu e o Inferno.
-Está de brincadeira comigo, né?
-Não, vossa Santidade. São os únicos advogados dessa época medieval.
-Está certo. – juíza vira para as princesas – Quem estará representando as Altezas?
-Nós mesmas – disse a Bela Adormecida.
Bobo da Corte começa a rir escandalosamente debochando da capacidade das princesas de empregar o cargo de advogados. A Rainha de Copas mandou decapitar sua cabeça, mas a Juíza impediu a sua ordem.
O Príncipe pôs sua mão esquerda em um livro aberto e levantou a mão direita, seus lábios repetiam as palavras do cavalheiro que segurava o livro aberto.
-Princesa Cinderela. Pode fazer suas perguntas ao réu.
Ela se levantou, caminhou até o Príncipe, olhou profundamente em seus olhos e mandou suas perguntas:
-Onde o senhor estava no dia 24 de outubro de 500d.C?
-Puxa! Eu não sabia que existia calendário nessa época! – debochou o Bobo.
-Estava em casa, querida. – respondeu o Príncipe.
-Em casa? Sei. E por que você não estava no castelo, hein?
-Em casa, castelo... Tudo a mesma coisa!
-Não é, não! Existe uma grande diferença em tamanha grandeza, literalmente falando.
-Viemos discutir sobre um divórcio ou sobre adultério? Meritíssima!
-Concordo. Desconsidero essa pergunta – disse a Juíza.
Ela abriu uma pasta de arquivos e retirou duas fotos arrancadas em um livro dele beijando uma moça adormecida em uma cúpula e outra adormecida em uma cama.
-Reconhece essas moças?
O príncipe teve que colocar seu Monóculo pra ajeitar a vista.
-Você arrancou isso de um livro de contos de fadas?
-Eu tenho minhas fontes.
-Quem? A bibliotecária?
O Bobo começou a rir novamente. A Juíza martelou três vezes pedindo silêncio.
-Reconhece?! – perguntou ela novamente.
-Sim. São suas amigas Princesa Branca de Neve e Bela Adormecida.
-Vossa Alteza não reparou na posição que está, debruçado nos lábios das princesas, as minhas amigas? – Cinderela vira-se para o grupo de juizado - Além de cometer adultério, meus senhores, é abuso sexual! Se elas não tivessem acordadas no momento exato, o réu estaria estuprando essas mulheres!
Todos do tribunal formam a letra O em suas bocas, os sussurros e comentários ecoam a sala do tribunal, mas as marteladas da Juíza protestam novamente.
-O que o réu tem a declarar?
-Querida, você nunca parou para pensar que eu estava ajudando elas a acordarem? Se eu não tivesse realizado esse beijo, elas não estariam vivas do seu lado. Está comprovado na literatura! Elas estavam envenenadas e apenas o beijo era capaz de acordá-las.
-Mas o que me explica ter acontecido ANTES de nos casarmos?
-Eu era o único príncipe da região. Depois que você chegou a minha vida, eu não tive olhos para outra...
-E o que me explica você ter beijado a Bela Adormecida dias depois de termos nos casado?
Ele hesitou e pensou em outra desculpa.
-Eu era o único príncipe da região.
-Sem mais perguntas, Meritíssima.
-Mas, querida! Será que você não percebe que eu te amo? Você não sabe o quanto me esforcei pra te encontrar, com aquele pequeno e delicado sapatinho de cristal! Eu corri atrás de você e você me despreza desse jeito?!
-Silêncio! – protestou a Juíza.
O Bobo da Corte se aproximou do Príncipe e sussurrou:
-Elas não valiam à pena, vossa Exigência, cá entre nós. Uma fala com animais, ratos, veados e anões especificamente falando; outra é tão loira que enfiou o dedo no fuso de uma roca de fiar por curiosidade; e a outra vai ao baile com sapatinhos de cristal e carruagem feita de abóbora! Ainda bem que ela não estava menstruada...
-Por quê?
-Porque, se a Cinderela pedisse pra Fada Madrinha transformar uma abóbora em OB, meia-noite ela teria explodido!
Os dois gargalhavam com as narinas provocando um som parecido com as dos elefantes.
-Chamo agora para prestar depoimento a Princesa Bela da Fera.
A princesa senta-se, faz o juramento da honestidade e a Princesa Rapunzel faz as perguntas.
-Como você conheceu o Príncipe?
-Ele estava na forma de Fera.
-Por que ele estava na forma de um animal monstruoso?
-Ele diz que uma bruxa o encantou.
-E quem é essa bruxa?
-Não sei.
-Sem mais perguntas.
-Só isso?! – gritou o Príncipe – Que fins conclusivos se tiram com isso? E o que isso tem haver com esse caso?
-Quero chamar a Princesa do Sapo para prestar depoimento.
Entra a Princesa do Sapo.
-Como conheceu o príncipe.
-Na forma de sapo.
-Por que ela estava na forma de um anfíbio?
-Ele diz que uma bruxa o enfeitiçou.
-Seria a mesma bruxa que encantou o príncipe em uma Fera?
A Princesa levantou os ombros. Rapunzel vira para os jurados.
-Há a possibilidade de o Príncipe ter subornado a tal bruxa para conquistar as inocentes mulheres que passaram por esse banco de depoimentos. Não é possível ele ter "morfado” feito Power Rangers! Essa época ele já estava casado com a Princesa Sereia, Princesa Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida e quem vos fala.
-Protesto! – gritou o Príncipe – A qual razão eu gastaria moedas para pedir a uma bruxa muito suspeita a mudar minha aparência só pra encontrar mais matrimônios? Quem se casaria com uma Fera? Ou um sapo, mais ainda!
-Eu – disseram as Princesas do Sapo e a Bela como um coral.
-A questão é – interrompeu Rapunzel antes que o Príncipe respondesse em defesa – Por que você se transformou em tão pouco tempo?
-Em minha defesa, se você me deixar falar, eu NUNCA me transformei em uma Fera ou um sapo, ou pedi pra transformar ou provoquei a coroa pra me transformar. Vocês estão me confundindo com outro Príncipe!
-Você é o ÚNICO príncipe do reino. A Literatura...
-Mas a Literatura descreve um príncipe diferente!
-Na verdade, nem descreve vossa Experiência. – disse o Bobo da Corte.
-Você quer me ajudar ou me atrapalhar? Porque eu posso te botar na rua num estralar de dedos! Ou eu estralo os SEUS dedos!
-Desculpe vossa Inteligência. Senhores – ele aumentou o tom da voz – as figuras dos livros de literatura mostram as aparências distintas do réu. Vejam...
O Bobo rodou duas vezes no mesmo lugar, correu para fora da Corte como um louco, exclamou algo a caminho de volta e entrou no tribunal com mais de cinco livros em mãos. Jogou todos os livros na bancada da Juíza – com cara de indignação – e mostrou a ela as fotos.
-Veja! O príncipe do livro Princesa e o Sapo é um cara loiro de olhos azuis. Do livro Rapunzel é um príncipe loiro de olhos verdes. Do livro Cinderela é um cara moreno de olhos castanhos. Do livro Branca de Neve... o príncipe tem a cara desfigurada. HAHA! Entendeu? Porque a Cinderela arrancou a página da figura... Desfigurada...
-Mas se todos são figuras diferentes, como todas as princesas são casadas com o Peste? Digo, Príncipe. – perguntou a Juíza.
-Boa pergunta, vossa Evidência. Qual é a resposta certa?
-Se me permite protestar, eu só fui casado com uma única princesa: A Princesa Cinderela.
-Mas e a Branca de Neve e a Bela Adormecida?
-Elas estavam adormecidas, meio chapadas ou com ressaca. Eu fiz pelo bem delas, pois eu sei o quanto minha querida esposa considera tanto elas como suas amigas. Depois eu arranjei umas sócias minhas para governarem o seu reino ao lado das princesas para eu prosseguir a minha vida com a Cinderela. Agora, não entendi porque as outras princesas me denunciaram também...
-Oras – protestou Rapunzel – todas nós chegamos a essa conclusão: de que todos os nossos príncipes são o mesmo Príncipe Encantado.
Chega nesse momento todos os príncipes vestidos de mendigos, todos gritando “Protesto”. Todas as princesas foram socorrer seus maridos.
-Mas por Obséquio o que houve?!
-A bruxa, a Madrasta, As irmãs ciumentas, A Feiticeira, O Dragão, A Pirigueti, A Vagaba e A Filha da Prostituta se uniram e nos seqüestraram. Elas planejaram tudo isso! Planejaram todo o procedimento e as denúncias do adultério...
-Guardas – gritou a Rainha – Cortem-lhes as cabeças!
Os guardas foram em direção aos príncipes.
-Não, idiotas! As das filhas da prostituta!
E eles correm para fora do tribunal.
-Isso é doideira! Estou cansada de tanta loucura! Quem escreveu esses livros de contos de fadas estava drogado? Que vão para a prostituta que deu a luz! Vão tomar no meio da pupila do seu orifício anal! Vocês querem que eu acredite nessas fezes? Eu vou embora! Declaro esse julgamento encerrado.
O Bobo da Corte vai falar com a Juíza:
-Vossa Excelência.
-Opa! Finalmente você acertou. O que é?
-Pediram pra me informar sobre o próximo caso.
-Qual é?
-O caso do Lobo Mal da Chapeuzinho Vermelho e dos Três Porquinhos.
-NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!
muito grande
ResponderExcluirconcordo plenamente
ResponderExcluirAmei a historia...
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